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Estou esperando vocês lá!!
****************************************************************************Boa tarde meninas,
Mais cedo, uma mamãe compartilhou comigo um
sentimento que eu já conheci muito bem, a sensação latente de culpa por não
estar fazendo como eu imaginei que faria antes de virar mãe, uma sensação de
cansaço que te esgota só em pensar as coisas que precisa fazer. Depois que ela
compartilhou isso comigo, fiquei pensando que precisava compartilhar com vocês
palavras que me ajudam quando me sinto assim (porque acredite... se sentir
assim é quase normal!).
Não sei quem espalhou esse estigma de que as mães
precisam ser perfeitas, educar de forma perfeita, alimentar como a Bela Gil,
falar no tom de voz da super Nany, não chorar na frente dos filhos, não gritar,
não bater, não demonstrar cansaço, não dar muita liberdade, não dar pouca
liberdade... a maternidade não vem com a bula mas parece que não nos cabe o
direito de errar porque custará o futuro de nossos filhos.
Tem coisas que fazemos mas, parece que precisamos
esconder para que não sejamos taxadas como mães ruins, quer saber um segredo?
Lavo as roupas dos meus filhos na máquina (mesmo as do recém nascido), minha
filha come biscoito de chocolate, deixo meu bebê chorar um pouco (e ainda digo
que faz bem para o pulmão), eu brigo com minha menina quando ela faz malcriação,
eu dou um tapinha na mão dela quando ela me desobedece, meu mais novo toma
complemento (mesmo tendo 2 meses), não uso bolsa pequena porque nas minhas
bolsas precisa caber biscoito, chupeta, escova de dentes, calcinha, fraldas...
enfim, faço coisas que se você jogar na internet estão na lista do: NÃO FAZER.
Eu (quase) não me sinto culpada por essas decisões.
Quando eu engravidei do Miguel, a Laura estava com
pouco mais de 2 anos, eu pensei: as coisas que errei com a Laurinha, vou
acertar agora, e os meus acertos vou repetir... foin foin foin... não foi bem
assim... cada filho guarda segredos que só descobrimos na hora H. Com isso,
logo que o Miguel nasceu eu voltei a me sentir mais que estafada... se já era
correia trabalhar, cuidar da casa e da Laurinha, imagine agora. Mas... graças a
Deus eu percebi que não preciso ser perfeita, eu só preciso me esforçar.
O desabafo da mamãe que ouvi hoje, realmente é
justo. Depois de um dia longo e exaustivo se dividindo entre o trabalho e os
filhos, você se sente cansada e sem qualquer pique para brincar, sem ânimo para
atividades com as crianças ou o marido. Sua vontade é realmente ligar o dvd,
colocar a galinha pintadinha (ou qualquer outra febre do momento) e deixar eles assistindo enquanto você termina
os afazeres da casa sonhando com a hora de se jogar na cama.
O resultado disso é só o aumento do seu cansaço e o
afastamento de seus filhos, o final dessa jornada é a dúvida: "Não sei o
que estou fazendo de errado". Talvez, você esteja nesse momento, pensando
até em como lidar com seus filhos que se comportam mal, não aprendem nada com
os castigos estabelecidos e te fazem se sentir um fracasso. E eu não posso te
dizer que deixar esse sentimento de lado é fácil, ou que é tudo psicológico...
é bem real, e bem difícil... mas é assim mesmo. Talvez só não o seja com as
mamães do comercial de margarina, mas com as reais, sempre será assim.
As vezes a
situação é ainda pior porque a mulher não tem apoio no marido (entenda que para
o homem que sai de casa as 7h e retorna as 19h quando o furacão já foi
controlado, as coisas não são tão claras). Pode ser ruim também estar longe da sua família (e eu sei bem como é isso). Vários cenários podem te levar a pensar que sua situação é pior que a da maioria. Mas, como já postei aqui antes, sair
da condição que te desagrada depende SÓ de você.
A maternidade é tanto o melhor quanto o mais difícil
trabalho que já vivemos. Você vai levar seu corpo à exaustão completa, você vai
viver com menos tempo de sono do que achou que seria possível, vai pensar que o
reconhecimento por tanto sacrifício não virá jamais, vai aprender que limpar a
bagunça é um ciclo infinito. Mas, quando seus filhos te abraçarem
desinteressadamente e disserem que te amam, você entenderá que não poderia
haver privilégio maior do que viver tudo isso.
Você precisa levantar, quanto mais dá espaço ao cansaço,
mais cansada se sentirá (no estado de inércia, seu corpo não produz ENDORFINA é
uma substância natural produzida pelo cérebro em resposta à qualquer atividade
física, se você não produz endorfina, se sente cansado e desanimado e assim o
ciclo permanece te levando até a um estado de depressão). Ou seja, você precisa
se mexer mais para se sentir menos cansada...
Se você não sente que conseguirá, que tal fazer uma
oração e pedir a Deus pela força que precisa? Lembre-se que é por causa de
Jesus que podemos ir diante do trono da graça com confiança para encontrar a
ajuda que precisamos (Hebreus 4.16).
Resumindo, tenha calma... você não é a única a se
sentir assim, você não tem obrigação de ser a super nany, você pode pedir
ajuda, e mesmo que pareça não encontrá-la nas pessoas a sua volta, Deus pode te
sustentar até e depois que esse momento passe (PORQUE ACREDITE... ELE VAI
PASSAR!).
Para terminar esse post, eu queria dividir com vocês
um texto que li recentemente, eu não conheço a autora mas, fiquei muito
comovida com o fato relatado e acho que fala tudo sobre esse sentimento que
dividimos. Esse texto é de uma mulher chamada Aurea Gil, sobre uma situação
vivida por ela. Enquanto lê, lembre-se de não julgar a nenhum personagem da
história, a maternidade é um aprendizado constante e as vezes, podemos cometer
erros. Ao invés disso, tente aprender com o gesto da Aurea, essa vontade de
ajudar uma mãe desesperada deve ser nossa intenção!
”Finzinho da tarde, no ônibus, dois bancos à
frente, uma menininha de cabelos cacheados sorri pra mim, muito meiga. Devia
ter uns três anos de idade. Ao lado dela, sua mãe cochilava. Quando ela
percebia que a mãe fechava os olhos, ela se levantava no banco. Numa dessas, a
mãe acordou. Deu um tapa na cabeça dela, falou num grito: “Fica quieta aí e
senta!”. Ela chorou um pouquinho, lágrimas escorreram. Meu coração apertou.
Tive vontade de fazer algo, mas achei que era muita invasão da vida alheia e
fiquei quieta. Dali a algum tempo, a mesma cena: a mãe dorme, a menina,
entediada com o trânsito parado, aproveita pra levantar do banco um pouquinho,
buscando as vozes de umas crianças que estavam na parte de trás do ônibus. A
mãe dessa vez a pegou pelos cabelos com força, deu um puxão que fez a menina
cair pra trás, e, como se não bastasse, um “croque” na cabeça. Ao mesmo tempo,
a voz dela saiu forte, com raiva. “FICA QUIETA AÍ, JÁ NÃO MANDEI!?”. A menina
chorou forte. Enquanto chorava, as lágrimas escorriam e ela fazia um olhar
muito, muito triste. Magoada, mesmo. Levantei na hora que a mãe falava “CALA A
BOCA, SE VOCÊ NÃO PARAR DE CHORAR VAI APANHAR DE NOVO. QUE MENINA FEIA!”.
Quando eu vi já estava ao lado das duas. Abaixei e falei com a menina, que
chorava muito. “Não chora não, tá? A mamãe só está cansada, ela quer dormir um
pouco e descansar”. Olhei pra mãe, que pareceu envergonhada por eu estar
interferindo, falou comigo com voz normal: “Ela fica levantando, tenho medo
dela cair e se machucar”. Respondi: “Eu sei, mas ela só estava olhando as
crianças lá atrás.”. Ela se dirigiu à menina, com a voz menos irritada. “Tá,
agora pára de chorar, vai, já passou”. A menina soluçava, chorava alto. Eu
falei com a mãe “Você tá cansada, né? Dá pra ver. Mas sabe, acho que ela só
está meio cansada também, igual você”. O olho da mãe encheu de água. “Acordei
muito cedo hoje, trabalhei o dia inteiro, to morrendo de dor de cabeça, e agora
ela não para quieta”… A menina berrava, lágrimas escorrendo… “Eu imagino…. Tem
dias que é complicado mesmo… Mas eu acho que ela só está querendo a sua
atenção”, arrisquei. Pra minha surpresa, a mãe pegou a menina no colo e
ofereceu o peito pra ela na mesma hora “Quer mamar, filha?”. Apesar do meu
histórico de Mamífera, que amamentei até os 4 anos e pouco do meu filhote, me
surpreendi pois não é comum ver crianças assim maiorzinhas mamando em público.
A menina começou a mamar no peito e parou de chorar na hora. Enquanto mamava
fazia carinho no rosto e no cabelo da mãe que, claro, desabou chorando. Apertou
os olhos, agora as lágrimas escorriam no rosto dela, que depois começou falar
meio baixinho. “Desculpa, filha, desculpa a mamãe, filha, desculpa”, ela
falava, enquanto fazia carinho na cabeça da menina, bem no lugar onde ela tinha
batido, e dava vários beijos na pequena, que mamava e olhava pra ela. Em uns 5
minutos a menina tinha dormido no peito, mas a mãe não parava de fazer carinho
e beijá-la. Quase perdi meu ponto, na hora de levantar ainda olhei pras duas e
a mãe me falou baixinho: “Obrigada…” Nem precisa falar que eu comecei a chorar
também, e to chorando até agora, né? Tem horas que só o que uma mãe cansada
precisa é chorar um pouquinho também.”
#ficaadica
#sobresersupermulher
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Espero não ter assustado minhas amigas que ainda não são mamães... rsrsrs
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